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Os peelings químicos estão entre os primeiros tratamentos de beleza conhecidos na história da humanidade e, no entanto, mantêm reconhecida a sua relevância. Podemos estabelecer relevância e indicações de tratamento com alguns dos lasers mais modernos.

Os peelings químicos são tratamentos através dos quais é induzida uma renovação cutânea pela aplicação seletiva de ácidos, cuja finalidade pode ser estética ou terapêutica. O objetivo do peeling é causar uma lesão muito seletiva da superfície da pele, de forma a que ocorra uma renovação com a formação de uma nova estrutura mais saudável e bonita. A descrição completa de todos os peelings iria requerer um artigo enciclopédico. Assim, tentarei deixar aqui um guia simples sobre os aspetos mais relevantes para quem procura se iniciar na navegação do maravilhoso mundo dos peelings.

Os peelings diferem quanto à profundidade de atuação, o tempo de recuperação e as indicações para que são utilizados.

De acordo com alguns estudos de mercado, os peelings são o terceiro procedimento estético mais realizado a nível global, logo após a toxina botulínica e o preenchimento com ácido hialurónico. De notar, que os peelings superficiais têm ganho cada vez mais popularidade, graças a um reduzido tempo de recuperação.

Classificação dos peelings

Os peelings podem ser classificados de acordo com a sua profundidade. A profundidade do peeling é definida pelo agente de peeling usado, pela sua concentração e pelo pH da formulação. Os mais profundos têm resultados mais dramáticos, porém comportam riscos mais significativos e um tempo de recuperação mais longo. Os mais superficiais envolvem muito poucas ou nenhumas restrições na vida social.

  • Superficial – o menos invasivo de todos, atuando na camada mais superficial da pele, a epiderme. Estes peelings são usados para anti-aging, promovendo a melhoria da qualidade da pele na sua elasticidade, luminosidade, hidratação e tratamento do acne.
  • Médio – aqui a sua aplicação inclui a utilização de ácidos que atuam ao nível da epiderme, mas também da derme superficial. Este tipo de peeling pode estar indicado no tratamento do fotoenvelhecimento, rídulas, acne e cicatrizes, entre outras tantas indicações.
  • Profundo – neste caso a atuação é mais profunda, até às camadas mais profundas da derme. Usado em lesões pré-cancerígenas, rugas e cicatrizes. Tem um tempo de recuperação de algumas semanas, deve ser observado um cuidado pós-tratamento rigoroso.

Indicações para tratamento

Com o envelhecimento, a nossa renovação celular começa a entrar em declínio. Também alguns defeitos cosméticos como manchas, rídulas e poros dilatados começam a ser mais visíveis, levando a uma aparência menos favorável.

Não existe idade para iniciar peelings. A partir dos 20 anos os peelings podem começar a ser introduzidos numa rotina preventiva e não apenas mais tarde com uma indicação corretiva.

As indicações dos peelings são muitas. Fica aqui uma lista das mais significativas:

– Suavização de rídulas;

– Redução de poros;

– Tratamento de manchas;

– Aumento da luminosidade;

– Melhoria da qualidade da pele por estimulação do colagénio e elastina;

– Promoção da hidratação;

– Acne;

– Rosácea.

Alguns dos ácidos mais usados em peelings

Os ingredientes ativos de que dispomos para a ação do peeling são diversos e distinguem-se pela sua ação terapêutica, mecanismo de ação, tolerabilidade e profundidade de atuação:

Ácido Glicólico para anti-aging e promoção da luminosidade; Ácido Láctico para hidratação e melhoria do aspeto geral da pele – ideal para peles sensíveis intolerantes a ácidos, como o ácido glicólico; Ácido Azelaico no tratamento das manchas; Ácido Salicílico para tratamento das peles oleosas e citrinas; Ácido Tricloroacético (TCA) para manchas e rugas; Ácido Retinóico para fotoenvelhecimento, manchas e melhoria da qualidade das fibras da derma; Ácido Cítrico e Ácido Ascórbico para devolver luminosidade às peles baças e apagadas; Ácido Ferúlico para combater o fotoenvelhecimento.

A lista de ácidos é enorme e é possível encontrar diferentes fórmulas para as mais diversas indicações, diferentes tipos de pele, inclusive as mais sensíveis. Sobre isto, recomendo a leitura deste artigo: Ácidos na minha pele.

Como é o procedimento para peeling químico?

  1. Avaliação é o primeiro passo

Nesse momento serão definidos os objetivos do tratamento e selecionado o protocolo de tratamento. Os protocolos variam quanto aos ácidos, número de sessões e tempo de recuperação, rotina cosmética a observar entre peelings e também as recomendações de cuidados gerais. Este é também o momento para avaliar se existe alguma contra indicação ao tratamento, como por exemplo lesões por Herpes.

2. Preparação da pele

O profissional que vai realizar o seu peeling provavelmente vai indicar ajustes de rotina skincare, que deve iniciar algumas semanas antes do tratamento. Esta etapa é fundamental para o sucesso e segurança do processo.

3. Aplicação do peeling

O passo a passo do tratamento pode ser mais ou menos simples, mas inclui sempre estas etapas:

a) Inicialmente é efetuada uma limpeza de pele para eliminar oleosidade e outras impurezas.

b) Proteção prévia das zonas frágeis como olhos, nariz e boca.

c) Segue-se a aplicação dos ácidos, em uma ou mais camadas.

d) Alguns protocolos prevêem a neutralização com agentes alcalinos.

e) Remoção do peeling, geralmente com água abundante e um agente de lavagem suave.

4. Recuperação e cuidados pós-tratamento

Durante o período de recuperação deve seguir os cuidados recomendados, que podem variar de acordo com o tipo de peeling realizado. Procuramos, assim, minimizar os efeitos secundários e prevenir complicações.

Por outro lado, os efeitos secundários transitórios mais comuns incluem:

– Sensação de ardência: durante a aplicação do peeling é normal uma sensação de calor e sensibilidade, que poderá ser mais suave ou mais severa, dependendo do peeling selecionado. Esta sensação pode durar apenas durante o tratamento ou perdurar até 2 ou 3 dias, na maioria dos casos.

– Descamação: alguns peelings causam uma descamação temporária. Se for este o caso, é importante não forçar esta descamação com exfoliantes ou outros mecanismos de higiene! A pele tem um tempo próprio de regenerarão e as pelícluas que descamam apenas devem sair quando as camadas inferiores estiverem suficientemente regeneradas.

– Edema: a pele pode apresentar um ligeiro inchaço generalizado, resultante da inflamação a que foi induzida.

– Eritema: um rubor que também está associado ao mecanismo de resposta à inflamação e que pode durar desde uns dias até 2 semanas.

– Secura: no período de recuperação a pele pode estar mais seca.

Cuidados a ter depois do tratamento

Depois da realização de um peeling deverá ter os seguintes cuidados:

– Evitar a exposição direta ao sol e ao calor nas semanas seguintes (após o peeling químico a pele fica muito sensível);

– Usar cremes hidratantes adequados e protetor solar para manter a pele saudável;

– Lavar a pele tratada com sabonete neutro e usar água termal nas zonas tratadas para atenuar a vermelhidão e ardência;

– Nunca retirar as crostas decorrentes da descamação da pele;

– Evitar exposição a temperaturas extremas.

Complicações a evitar

A maioria dos peelings decorre com tranquilidade e as complicações são raras. Porém, os riscos existem e são tanto mais prováveis, quanto maior a agressividade do peeling. Algumas das complicações mais preocupantes incluem: infeção, formação de tecido de cicatrização e pigmentação pós-inflamatória.

Onde posso fazer um peeling? É possível fazer um peeling em casa?

A maioria dos peelings profissionais são oferecidos em Institutos de Beleza e em Clínicas Médicas. Alguns dos peeling mais profundos estão reservados à utilização por profissionais de saúde e devem ser aplicados apenas após uma cuidadosa avaliação clínica e aplicados em ambiente adequado.

No mercado dos dermocosméticos encontramos vários produtos com ação peeling para utilização em casa. A concentração em ingredientes ativos e o pH estão regulados para uma ação mais suave e progressiva. Ainda assim, deve procurar aconselhamento profissional para uma escolha acertada para o seu tipo de pele.

Motivos para introduzir os peelings no seu regime de beleza

Quer esteja a tentar corrigir algumas preocupações estéticas, como perda de firmeza ou pigmentação, não faltam motivos para recorrer a esta forma de tratamento. Embora os injetáveis estéticos e os dispositivos sejam ferramentas maravilhosas, os peelings atuam a um nível muito específico da qualidade da pele. São um recurso que permite uma atuação progressiva e cómoda, por exemplo, através da aplicação diária via skincare. Pessoalmente, recomendo que inclua os peelings na sua rotina de beleza, sejam eles realizados no ambiente agradável de um SPA ou, em alternativa, com o rigor e precisão de um consultório médico.

Até breve!

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Dr.ª Sónia Esteves

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