O medo de ir ao dentista ainda é um problema demasiado comum. Já sentiu algo parecido? Então este artigo é para si.
Como Médica Dentista considero que faz parte da minha missão combater este fenómeno causador de tanto sofrimento. A Medicina Dentária tem evoluído de forma dramática ao longo dos últimos anos e é uma especialidade que pode e deve ser exercida com requinte e delicadeza no cuidado ao paciente.
Mas continuamos a receber pacientes que sofrem com ansiedade, medos e até fobias, na hora de entrar nos nossos consultórios. Os motivos diferem muito de pessoa para pessoa. Por isso, mais do que tentar partilhar dicas genéricas de como ultrapassar estes receios, deixo aqui o testemunho, na primeira pessoa, de uma paciente minha, que generosamente, aceitou partilhar a sua experiência e de como ela lida com esta questão sensível.
Medo de ir ao dentista, o testemunho real de uma paciente
Ana Ribeiro, 41 anos
“Na realidade, não consigo precisar com exatidão com que idade comecei a sentir este desconforto em ir ao dentista, mas é algo que já me acompanha há muito tempo.
No meu caso, não experienciei nenhum episódio traumático num consultório de dentista que tenha despoletado este sentimento menos positivo. Mas sei que, desde muito nova, o sinto. Quando era miúda e a minha mãe me dizia que íamos ao dentista, simplesmente não gostava.
Em retrospectiva, consigo identificar que todo o “cenário” do consultório com a cadeira do dentista, todos os instrumentos, os barulhos desses aparelhos quando manuseados (que na minha cabeça, confesso, são sobejamente amplificados…), o medo irracional de que a qualquer momento algum daqueles instrumentos me vai magoar…. enfim, tudo somado causa em mim muita tensão e ansiedade.
Com o passar do tempo piorou. No meu caso pessoal, é algo muito parecido com o medo de andar de avião (also guilty!): não o deixo de o fazer, mas que me custa, custa!
Como ultrapassar
Sinceramente, não há uma fórmula universal. Acho que depende muito da experiência pessoal de cada um e, muito provavelmente, das próprias causas do medo. Comigo, houve 3 coisas essenciais que me ajudaram, não a ultrapassar totalmente o medo, mas sim a lidar melhor com toda a situação, diminuindo bastante a minha ansiedade:
100% confiança no Médido Dentista (e restante equipa)
Conhecer bem o nosso Médico Dentista, confiar no seu trabalho e identificar-nos com a sua ética e metodologia. Ser tratada com humanidade e amabilidade ajuda muito na hora da consulta. Se a isso acrescentar confiança na sua experiência profissional, bem como nos seus conhecimentos científicos (devidamente atualizados), deixa-me logo muito mais tranquila. Saber que a restante equipa se rege pelos mesmo códigos de conduta, é “ouro sobre azul”.
Tudo muito bem explicado
Nunca, mas nunca fico com dúvidas sobre os tratamentos que tenho de fazer. Peço sempre para me explicarem tudo com pormenor. Para mim, saber quais são as etapas a seguir deixa-me esclarecida e, consequentemente, a minha confiança aumenta.
Médico Dentista disponível e paciente
Por fim – mas com igual importância! -, poder contar com um profissional disponível e com muita paciência para todas as minhas questões, dúvidas e receios é um verdadeiro sossego para mim. Confesso que, neste aspeto, sou uma privilegiada, pois tenho a sorte de a minha Médica Dentista ter uma paciência infinita comigo (e, acredito, com todos os seus pacientes) e consegue sempre tranquilizar-me!
Naturalmente, a maior motivação que temos de ter é o benefício óbvio de ter uma boa saúde oral, mas, muito sinceramente, sem estes 3 “aspetos” presentes na minha vida, as minhas idas ao dentista seriam muito mais difíceis. E, verdade seja dita: com o acumular de boas experiências nas minhas consultas, o medo fica cada vez mais dissipado!”.
Um testemunho real, que retrata uma das muitas formas para lidar com este medo. Espero que tenham gostado e que tenha ajudado, de alguma forma, algum(a) leitor(a) que também “sofre” um pouco quando tem de ir ao dentista 😉
Até breve!